sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Interface – Uma revista para e sobre movimentos sociais

Interface – Uma revista para e sobre movimentos sociais

www.interfacejournal.net -

Convite à apresentação de artigos, volume 3, número 2 (Maio de 2011):

Repressão e movimentos sociais

Editores especiais deste número: Cristina Flesher Fominaya, Lesley Wood

A Interface é uma nova revista editada duas vezes por ano por
activistas e académicos de todo o mundo em resposta ao desenvolvimento
e crescente visibilidade dos movimentos sociais nos últimos anos – e à
grande quantidade de informação gerada neste processo. Esta informação
é gerada em todo o mundo, em diversos contextos e das mais variadas
formas, e constitui um recurso muito importante para o desenvolvimento
mais aprofundado dos movimentos sociais. A Interface veio responder a
esta necessidade, como um instrumento para ajudar os nossos movimentos
a aprender com as lutas de cada um de nós, desenvolvendo análises e
conhecimento que nos permitem tirar lições de processos e experiências
de movimentos específicos e tornando-os úteis para os outros
movimentos.
Convidamos à apresentação de artigos por parte de participantes de
movimentos e académicos, que se encontram a desenvolver investigação
relevante sobre esta matéria. O nosso objectivo consiste em incluir
material que possa ser utilizado de diversas formas pelos movimentos –
em termos de conteúdo, de língua, de objectivos e de forma. Aceitamos
trabalhos em diversos formatos, designadamente, artigos,
recensões-ensaios, debates facilitados e entrevistas, notas de acção,
notas académicas, documentos chave e análises, críticas de livros.
Esses trabalhos serão depois analisados tanto por colegas activistas
como por académicos, e outro material será editado por colegas. O
processo editorial é geralmente realizado tendo em vista ajudar os
autores a encontrarem uma forma de expressarem o seu pensamento, de
maneira a que todos possamos ser ouvidos independentemente das
distâncias geográficas, sociais e políticas.
O nosso quinto número, a publicar em Maio de 2011, dará espaço a
artigos de carácter geral, sobre todos os aspectos que facilitem a
compreensão dos movimentos sociais, mas também terá uma secção
especial dedicada ao tema da
Repressão e movimentos sociais
A questão da repressão é importante para os estudiosos e activistas
dos movimentos sociais. Ao nível prático, os activistas necessitam de
estratégias para enfrentar as forças repressivas – e reforçá-las
através da partilha das suas experiências e análises. Mas a questão da
repressão e da mobilização é também muito complexa do ponto de vista
teórico. Os estudiosos têm investigado os efeitos contraditórios da
repressão na mobilização (umas vezes, incrementa a mobilização, outras
vezes, provoca o seu aniquilamento); por vezes, é capaz de fazer a
caracterização dos revoltosos enquanto alvos legítimos da repressão,
outras vezes, retira legitimidade ao Estado e faz aumentar a
legitimidade dos movimentos sociais; encarar a repressão de forma
colectiva pode reforçar os laços entre activistas e fortalecer os
movimentos, ou pode conduzir à sua fragmentação; e por aí em diante).
Sem querermos ser prescritivos e apenas com a intenção de promover a
reflexão crítica, queremos abrir estas questões à discussão e
apresentá-las como temas para eventuais contribuições:
Quais são os efeitos da repressão nos activistas e nas organizações
(efeitos biográficos, de solidariedade/confiança no interior dos
grupos do movimento, avaliação do risco e participação)?
Quais são os efeitos da repressão nos movimentos (ao longo do tempo,
em contextos locais ou nacionais específicos, ao nível transnacional)?
Quais são os efeitos da repressão na sociedade civil? O que é que
acontece - como sucede no Haiti ou na África do Sul - quando políticos
conhecidos são alvo de repressão, mas, por seu turno, se permite que a
sociedade civil “profissionalizada” opere de forma livre?
De que forma situações e projectos concretos como "The war on terror/A
guerra ao terrorismo", "Operation Green Hunt/Operação caçada verde" na
India, a paranónia de Estado sobre a "Third Force/Terceira Força", na
África do Sul, e por aí em diante, afectam as experiências e
estratégias dos movimentos sociais?
De que forma a existência de novas tecnologias afecta a repressão e de
que forma estão os movimentos sociais a lidar com estas mudanças?
De que forma os contextos supra-nacionais, tais como “organizações de
defesa multinacionais” e estruturas institucionais como a União
Europeia, estão a afectar a repressão dos movimentos sociais ao nível
nacional?
Quais são as ligações entre as tácticas dos movimentos sociais e a
repressão? Em particular, qual a relação entre a repressão de Estado
violenta e as tácticas violentas dos movimentos sociais?
De que forma as mudanças em matéria de repressão se cruzam com as
mudanças nos movimentos sociais em diferentes regiões? Estará a
emergir um novo repertório global de policiamento de protestos – ou
estará a aumentar a fragmentação nas formas como as forças repressivas
e os movimentos estão a interagir?

A data limite para apresentação de candidaturas iniciais para este
número (Número 5, a ser publicado em Maio de 2011) é 1 de Novembro de
2010. Por favor, envie a sua proposta de artigo para Ana Margarida
Esteves, coordenadora do núcleo de Língua Portuguesa, em
anamargarida.esteves@gmail.com .

Para mais informações sobre a apresentação de candidaturas à
Interface, consultar por favor, "Guidelines for contributors/ Linhas
de orientação para os nossos colaboradores" no nosso site em
www.interfacejournal.net, e apresente o seu trabalho ao editor
regional correspondente.

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