domingo, 20 de fevereiro de 2011
21 de Fevereiro – Dia Internacional da Língua Materna
Globalización inimigo potencial de culturas
A globalização é um inimigo potencial das culturas, mas pode-se reverter seu efeito negativo e aproveitar sua potencialidade a favor das línguas indígenas, coincidem indígenas e especialistas participantes da celebração do “Día Internacional de la Lengua Materna”, ocorrido no Club de Periodistas de México.
Os Deputados Federais Indígenas Mexicanos, Héctor Pedraza, Sabino Bautista, e Marcos Matías, a Promotora Cultural, Susana Harp e o Prof. José del Val Blanco, Diretor do Programa Universitario “México Nación Multicultural” da Universidade Nacional Autônoma do México - UNAM, ressaltaram que é preciso aproveitar a diversidade lingüística para empoderar os Povos Indígenas.
O Deputado Héctor Pedraza, organizador do Encontro, manifestou sua preocupação diante do risco em que se encontra 33 línguas indígenas no México e outros 21 idiomas maternos que estão em situação crítica.
Susana Harp, Promotora Cultural apontou a importancia do uso das novas tecnologías de informação e comunicação para a proteção lingüística. Ela considerou que a negação no uso da língua materna ocorreu diante do alto grau de racismo e discriminação contra os Povos Indígenas.
Já o Professor José del Val, culpou o Estado pelo risco e deterioração das línguas indígenas devido a ausência de uma sensibilidade ao reconhecimento e apoio em que se encontram, resultando um descompromisso com as sociedades originárias e um ato de abono ao etnocídio.
O objetivo é construir um México multicultural onde as línguas indígenas não sejam discriminadas mas que se dê a elas o valor que possuem para o desenvolvimento do País e dos Povos Indígenas.
O mais importante, apontaram os painelistas, durante a celebração do dia 21 de Fevereiro como “Dia Internacional da Língua Materna”, é reconhecer que as Línguas Indígenas são parte do patrimônio intangivel da humanidade.
Pedraza Olguín, outro painelista destacou a importancia dos escritores indígenas. “O despertar dos intelectuais indígenas e da escritura das suas lenguas é um dos eixos de maior relevância para o País”, destacou o legislador indígena. Com isso está sendo construido “uma nova etapa na literatura mexicana, resultando uma geração de escritores indígenas que usando sua inteligencia possibilitam hoje, aproximar o México de um rosto todavía, desconhecido”.
O também Secretário da Comissão de Assuntos Indígenas da Câmara dos Deputados, manifestou que: “O Idioma reflete a maneira de pensar de uma Pessoa, de um Povo, seus processos mentais, sua organização social, sua cosmovisão. Quando o último falante de um Idioma morre, está morto também um acúmulo de idéias, histórias do grupo social e sua comunidade”.
Ao final, todos os painelistas opinaram em comum, que a essência de uma cultura é a língua, e quando ela se perde, perde-se a riqueza da cosmovisão de todo um Povo.
Resgatar as línguas Indígenas é um Ato de Justiça, concluiram.
M.MARCOS TERENA
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